quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Utilização off label de medicamentos

O livro Bad Pharma (referido no post anterior) salienta que, em muitos casos, o prescritor não dispõe da evidência necessária para uma tomada de decisão apropriada. Uma das situações em que isso acontece é nas utilizações off label dos medicamentos. Existe uma utilização off-label de medicamentos sempre que estes são usados para uma finalidade terapêutica distinta daquela para a qual foi obtida autorização (por exemplo, um medicamento pode ser autorizado para tratamento do cancro do útero, mas não para tratamento do cancro do seio), em pacientes com características distintas daquelas onde se realizaram ensaios clínicos (por exemplo, os medicamentos foram estudados em adultos e são usados para tratar crianças) ou durante períodos de tempo mais alargados do que os considerados nos ensaios. Como recentemente se salientou no Blog da Health Affairs (http://healthaffairs.org/blog/2013/12/17/managing-off-label-drug-use/), a combinação de fortes incentivos económicos para as companhias farmacêuticas promoverem este tipo de utilizações "off label" (não terem de incorrer nos custos com os ensaios clínicos respetivos) conjugados com o não acompanhamento do que acontece nessas situações de utilização off label pode originar problemas de segurança e efetividade. Estas questões são aprofundadas neste artigo de Rodwin (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24088156).

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