quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A importância das críticas construtivas


Foi publicado um post no Blog da Harvard Business Review (aqui) onde se conclui que as pessoas acreditam que a crítica construtiva dos seus superiores hierárquicos (se efetuada de forma adequada) é essencial para o desenvolvimento da sua carreira, embora os líderes não se sintam muito confortáveis a efetuar críticas negativas. Curiosamente, esta conclusão vem ao encontro do trabalho de investigadores da área da Psicologia, como Nemeth, que se têm dedicado a estudar a importância das críticas abertas, por exemplo nos grupos de trabalho, para possibilitar uma melhor tomada de decisão.

Num dos seus estudos, Nemeth realizou uma experiência com estudantes que tinham de propor soluções para a resolução de um problema de congestionamento de trânsito. Um primeiro grupo trabalhou de acordo com as regras do brainstorming (não sendo permitidas críticas). No outro grupo, os elementos foram incentivados a apresentar todas as ideias que tivessem, mas foi sugerido o debate e a crítica. Num terceiro grupo nada foi dito quanto às regras de decisão. Os resultados do primeiro grupo superaram os resultados do terceiro. Mas o mais criativo foi sem dúvida o segundo (+ 20% de ideias). E, quando decorrido algum tempo, os participantes individuais de cada grupo foram individualmente questionados quanto a ideias adicionais para resolver o problema, os que tinham integrado o grupo onde se incentivam as críticas apresentaram 7 ideias novas, contra apenas 3 ideias dos restantes grupos. O desacordo e a exposição a perspetivas não familiares estimulará a criatividade, porque encoraja a compreender melhor o trabalho dos outros e a procurar apoio para defender os pontos de vista individuais. O debate pode não ser agradável, mas será certamente mais produtivo. Estas conclusões e outras semelhantes são apresentadas neste excelente artigo de Jonah Lehrer, de 2012, no The New Yorker.

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